sexta-feira, 22 de março de 2013

Mulheres na história de Conquista


Elas contribuíram para a formação da cidade em diferentes âmbitos: participaram nas lutas políticas, na economia nascente e na assistência social aos necessitados.



Muitas mulheres fizeram história em Vitória da Conquista. Hoje elas vivem nas páginas de livros e jornais amarelados pelo tempo, no imaginário conquistense e nos nomes de bairros, avenidas e ruas da cidade. Saber o que há de verdade e o que é mito na história dessas personagens, requer pesquisa histórica. Nos livros "Mulheres que fizeram história em Vitória da Conquista", de Israel Orrico, publicado em 1982, e "Imprensa e Coronelismo no Sertão do Sudoeste", de Jeremias Macário, publicado em 2005, encontramos alguns dados sobre a vida de mulheres como:


Laudiceia Gusmão - (1862/1948)

Segundo registros históricos do Museu Regional de Vitória da Conquista, Laudiceia Gusmão de Oliveira era neta de Plácido da Silva Gusmão, o primeiro Gusmão que chegou na então Vila Imperial da Conquista. Casou-se com Porfírio de Oliveira Freitas e foi mãe de 12 filhos. Viveu em Conquista na época do coronelismo, um regime marcado por disputas políticas e pela força das armas.

Em 1919, durante o conflito entre os Meletes (Partido de Maneca Moreira) e os Peduros (Partido de Ascendino Melo), Laudiceia teve papel decisivo para o retorno da paz. Depois de um episódio que havia provocado a morte de um fazendeiro e causado ferimento em outro, Laudiceia decidiu agir. Acompanhada por Henriqueta Prates e outras senhoras da sociedade, Laudiceia saiu às ruas com uma bandeira branca amarrada a um rifle 44 e foi ao encontro dos coronéis Dino Correia e Maneca Moreira, para pedir paz. Diante daquela atitude, os dois homens se deram as mãos e a paz foi selada.

A coragem de Laudiceia não parou por aí. Para garantir a manutenção da paz ela impediu que o juiz de Direito, Antônio José Araújo, fosse ultrajado pela facção dos Peduros, que prometeram que se fossem vitoriosos, o juiz sairia de Conquista montado num boi. Temendo nova onda de violência, Laudiceia mandou selar dois cavalos e, pessoalmente, fez a escolta do juiz até Poções.

Por esse gesto Laudiceia Gusmão recebeu o título de “A Medianeira da Paz”. Entre seus atuais descendentes, destaca-se a bisneta Heleusa Figueira Câmara – uma das educadoras que fazem a Conquista atual.



Henriqueta Prates dos Santos Silva (1863/1957)


Filha de Estevão Prates e Maria Vitória Moreira Prates, Henriqueta nasceu na Fazenda São Pedro, na então Vila Imperial da Conquista, em 30 de abril de 1863. Casou-se com José Sátiro dos Santos Silva e foi mãe de sete filhos.

No livro “Mulheres que fizeram história em Vitória da Conquista”, Israel Orrico (1982) conta que Henriqueta Prates foi uma mulher à frente do seu tempo, “conselheira política e presença marcante na vida social”.

Contemporânea de Laudiceia Gusmão, Henriqueta Prates viveu numa época em que não havia hospital, posto médico ou campanha de vacinação em cidades como Conquista. Na década de 1920, a seca castigava o sertão, o índice de mortalidade infantil era elevado e epidemias como a gripe espanhola (1918) e varíola (1920) assombravam a cidade. Segundo o livro do autor Isrrael Orrico, casas como as de Henriqueta Prates e sua prima Laudiceia transformaram-se “em creche, hospital e albergue”. Na ocasião, Henriqueta Prates chegou a cuidar pessoalmente de até 20 pessoas infectadas pela varíola.

Por esse gesto humanitário, o Monsenhor Olímpio teria dito: “Nascerem duas pessoas como Henriqueta Prates e Laudiceia Gusmão no mesmo século e no mesmo lugar é prova da extrema bondade de Deus”. Não por acaso, Henriqueta Prates dá nome atualmente a um dos bairros mais populosos da cidade e a casa que lhe serviu de residência abriga hoje o Museu Regional de Vitória da Conquista.



Dona Janoca - A esposa do Coronel Gugé (1856/1930)
Joana Angélica dos Santos Silva tornou-se dona Janoca em 22 de junho de 1872, ao casar-se com o homem mais poderoso na região, José Fernandes de Oliveira, o coronel Gugé. Na época, a família vivia em um sobrado de 400 m² onde hoje funciona o Banco do Brasil.

A casa de Dona Janoca era também uma espécie de Centro Cultural de Vitória da Conquista. Segundo Jeremias Macário, em "Imprensa e Coronelismo no Sertão do Sudoeste", no sobrado dos Fernandes aconteciam as festas, as reuniões políticas e saraus. Em 1917, a casa da família Fernandes foi também sede do Jornal “A Palavra”, um dos três primeiros jornais no sudoeste da Bahia.

Dona Janoca foi mãe de três filhos: Ramiro Fernandes dos Santos, que substituiu o pai na política, Maria Olímpia e Jeny Fernandes de Oliveira, conhecida na história como dona Zazá.




                                                     Dona Zazá (1893/1985)


Jeny Fernandes de Oliveira, filha de José Fernandes de Oliveira e Joana Angélica dos Santos Silva, ambos famílias-tronco de Vitória da Conquista, herdou do pai a vocação para a política.

Foi a primeira mulher a ocupar uma vaga na Câmara de Vereadores em Vitória da Conquista.

Após seu casamento com Marcelino Garcia Rosa, tornou-se conhecida como D. Zazá.


Euflozina Maria de Oliveira – Fulô do Panela (1859/1935)


Na história oficial de Conquista, ela não é tratada por "dona" nem por seu nome de família. Seu nome não está nas placas de nenhuma rua, avenida ou outro espaço público, mas certamente a cidade deve muito à memória de Euflozina Maria de Oliveira, a “Fulô Roxa” ou “Fulô do Panela” como ficou conhecida na história.

Filha de uma escrava alforriada, Maria Bernarda, com João de Oliveira Freitas um dos bisnetos do fundador da cidade, Euflozina nasceu no povoado do Panela, hoje conhecido como Campo Formoso. Casou-se com o fazendeiro e comerciante Lázaro Viana e com ele teve 3 filhos: Paulino, Raquel e Lídio Viana.


Abandonada pelo marido, Fulô veio morar em Conquista. Nesse período teve um filho do Coronel Gugé – Agenor Oliveira Freitas. Com o italiano Francisco Pascoal, Fulô teve o quinto filho – Noé Moraes de Oliveira.

Dessa forma, mulheres como Euflozina Maria de Oliveira, a Fulô, contribuíram de maneira efetiva na mistura étnica que formaria o tecido social de Conquista.

Fulô não foi apenas “a mulata que encantou o coronel” como se lê na história. Dados históricos do livro de Israel Orrico fazem crer que “Fulô” foi a mulher que encantou a todos que lhe conheceram. Fulô encantou o médico - doou um carro ao médico Régis Pacheco, para que ele pudesse visitar seus pacientes com mais frequência. Encantou o Bispo - a pedido do Monsenhor Olímpio, juntamente com seu filho Paulino Viana ajudou a criar a Santa Casa de Misericórdia de Vitória da Conquista, o primeiro hospital da região. Encantou o português Alfredo Trindade, com quem ela casou-se e viveu até o fim de seus dias.

Fulô encantou os pobres e doentes que ela ajudou com dinheiro, trabalho e solidariedade. E hoje pode-se dizer que ela também encanta a quem lê a história de Conquista.


Olívia Flores (1894/1976)

Olívia Ferreira Coelho nasceu em Aracatu – BA em 15 de setembro de 1894. Adotou o nome Olívia Ferreira Flores em 1910, quando se casou com o primo Cândido dos Santos Flores, em Conquista.
Mãe de 18 filhos, semi-analfabeta e seguidora da doutrina espírita, Olívia Flores destacou-se na história como fazendeira, empresária e conselheira política. Segundo seu neto Paulo Ludovico, em entrevista para o site de Regina Martinet em novembro de 2012, Olívia Flores passou de pequena produtora rural a uma das maiores pecuaristas da região, chegando a contar cerca de dois mil cabeças de gado.

Na política, chegou a presidir em Conquista, o Partido Social Democrático (PSD) criado por Getulio Vargas, apoiou a candidatura de Pedral Sampaio em 1962 e durante o Regime Militar, pós-1964, participou na organização do “Clube do Tricô” uma organização que tratava de assuntos políticos, secretamente.

Na assistência social, segundo sua filha Nilza Flores, dona Olívia fornecia o café que ela mesma fazia para os presos da cadeia pública, alugava ônibus para levar doentes para Salvador e ajudava toda a comunidade do povoado do Campinhos. Entre os 18 filhos de Olívia Flores, alguns são também nomes de ruas, como por exemplo:

Dalva Flores (1929/2006) 

Filha de Cândido dos Santos Flores e Olívia Ferreira Flores, Marialva Ferreira Flores herdou da mãe o lema: “A vida só vale a pena ser vivida, na medida em que você a use em benefício dos que necessitam.”

Fundadora do Abrigo Nosso Lar, dedicou 30 anos de sua vida aos idosos desamparados. Nas campanhas que fazia para arrecadar alimentos e agasalhos para o abrigo, ela sempre dizia: “Nada peço para mim ou para meus filhos. Minha luta é por aqueles que já não têm saúde, nem forças para pedir, nem ninguém que olhe por eles.”

Dalva Flores cuidava pessoalmente dos internos mais velhinhos, limpando as feridas abertas pela longa permanência na cama, fazendo curativos e alimentando aquelas criaturas como se elas fossem bebês.

Certa vez, em um sermão da missa de domingo, o Padre Bruno Baldacci contou que, ao ver dona Dalva em ação disse-lhe:

- D. Dalva, a senhora é uma mulher santa! Pena, que seja espírita!


Sem deixar o que estava fazendo, ela respondeu:


- Pois é, padre. O senhor também é um homem muito bom. Pena que seja padre!


Assim foi Dalva Flores, uma mulher caridosa, altiva e firme em suas convicções.



Fotos: Site Taberna da história de Vitória da Conquista.



quinta-feira, 21 de março de 2013

Com a palavra...

Caro leitor do Memória Mulher,

dedicamos este espaço para as tantas mulheres, de Vitória da Conquista,  que batalham todos os dias no anonimato, desempenhando papel fundamental na vida social, seja no trabalho, na família, no bairro, enfim, histórias que mereçam ser contatas.

Escreva nos comentários depoimentos, declarações, recados que expressem sua opinião sobre a(s) mulher(s) importante na sua vida.

Fique a vontade!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Mães que fazem a cidade

 As mães solteiras são belos exemplos de luta e superação feminina. 


Do século XIX até os dias de hoje houve grandes modificações na instituição família. O lugar ocupado pela mulher foi totalmente alterado. Por circunstancias históricas ela foi inserida no mercado de trabalho e, em dado momento, passou a abraçar as obrigações com a família, como atualmente 
 fazem as mães solteiras em Vitória da Conquista.


“Quando descobri a minha gravidez eu e o pai dela já não estávamos mais juntos. Porém ele se alegrou com a noticia (…) Tinha medo de ser mãe solteira. Ele me assistiu durante a gestação com o que “podia”, pagava os exames e tal... 
Quando tive ela, fui para um hospital público, sofri dolorosas 12 horas de trabalho de parto. Perdi muito sangue, quase vim a óbito. Já quase sem forças o médico decidiu fazer uma cesariana, mas depois disso tudo de sofrimento pedi a Deus e consegui ter o parto normal. Tive Júlia com 26 anos, ainda mentalmente adolescente. Fui descobrir o que é ser mulher (adulta) depois dela”, conta Alexandrina Santana, mãe de Maria Júlia Santana Santos. 

Alexandrina e Maria Júlia
Alexandrina é estudante, cantora e atriz, vive dos eventuais trabalhos que realiza e principalmente da ajuda da mãe, com quem mora juntamente com a filha, numa casa alugada em Vitória da Conquista. Francisco, o pai de Maria Júlia, vive em Sergipe, registrou a criança e contribuí com uma pequena ajuda financeira mensal, mas com a distância o apoio afetivo e educacional é ausente. 

Hoje, mesmo que ainda exista forte influência patriarcal na sociedade, cada vez mais surgem novas formas de estruturas familiares. A mulher muitas vezes pelas condições que lhe são impostas tem que assumir sozinha o comando da casa. Como revela dados do último censo do IBGE de 2010, no Brasil cerca de 37% dos lares são chefiados pelas mulheres

“Eu me sinto, talvez por esse ideal familiar imposto a nós, que sou insuficiente pois o papel masculino de casa, a referência paterna, ela não tem. O preconceito maior talvez seja de encontrar alguém para manter um relacionamento. Nas mulheres da minha idade paira a sombra que estão "sempre a caça de um casamento" e as vezes me sinto nessa tendência de encontrar esse alguém por sentir o peso de tudo (emocional e financeiramente) sobre mim”, relata Alexandrina.

Apesar das dificuldades, e com relação a existência de preconceito Alexandrina afirma: “Mas eu mesmo não sinto o preconceito chegando em mim não. Não permito. Sei que não sou exceção, sou regra. O que mais tem é mãe solteira por ai. Mas essa pressão me impulsiona a querer ter uma família, pai, mãe não só por minha vontade de dividir a vida com alguém, mas por ela”.

Rozirene de Jesus é outro mãe solteira, trabalhadora informal na Feira do CEASA no centro da cidade, há mais de quatro anos. Ela só estudou até a 4ª. série do curso primário, mora no bairro Valéria com os cinco filhos. 

Rozirene não tem casa própria e já trabalhou antes como doméstica. Hoje vive do que vende na feira, segundo ela é com este trabalho que paga o aluguel e sustentar os filhos, sem o apoio do pai. 


Rozirene no CEASA

Mulheres como Alexandrina e Rozirene que assumem a responsabilidade de cuidar e educar seus filhos sem a presença ou participação efetiva do pai, certamente, constroem a história da cidade com suas experiências de vida.

Mulheres que vivem na Conquista atual


Vera Lúcia Marques, Lúcia Rocha, Ismar Gotado, Isis Daiana Carvalho e Márcia Menezes são alguns exemplos do gênero feminino que estão trabalhando pela construção de Vitória da Conquista.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 2010, apontam a existência de 11.020 mulheres a mais do que os homens em Vitória da Conquista. Elas estão na Assembléia Legislativa da cidade, na educação, na economia formal e informal...

Como não existe nenhuma pesquisa elegendo as mulheres destaques da cidade, o blog Memória Mulher selecionou algumas pela sua trajetória de vida.



Na Educação

Na educação, nem tudo em Conquista é vitória!
                                                                                                        
Ismar Gotado
Professora há 10 anos na rede municipal de educação em Vitória da Conquista, Ismar é uma das mulheres que constroem a Conquista do futuro.

Consciente da sua responsabilidade, ela conta que a maior dificuldade enfrentada no dia a dia da sala de aula não está na estrutura física. Na escola onde ela trabalha não há falta de recursos materiais, há uma boa biblioteca e recursos audiovisuais, embora falte “professores capacitados para utilizar esses recursos”.

O fator humano é o maior problema nas escola. Ismar relata que tem encontrado alunos rebeldes ou desmotivados e pais que não estabelecem limites para seus filhos e não reconhecem a autoridade dos professores na sala de aula. "Diante dessa realidade, muitos professores estão doentes ou desmotivados", desabafa.

Ismar gostaria de trabalhar numa escola participativa. Uma escola que trabalha o envolvimento de todos numa mesma rede de participação e interesse pela educação: pais, alunos, professores, funcionários das escolas e a comunidade.

Enquanto isto não acontece, ela cursa o 6º semestre do curso de Comunicação Social e espera desenvolver no Trabalho de Conclusão de Curso um Projeto na área da Educação. E na escola Ismar vai fazendo sua parte: procura incentivar os alunos com aulas bem preparadas e demonstrando interesse por eles.


Na Política


Lúcia Rocha na Câmara Municipal de Vitória da Conquista
Micro-empresária e mãe de três filhos, Lúcia Rocha é também a representante de mais de quatro mil pessoas na Câmara Municipal de Vitória da Conquista.

Pela quarta vez consecutiva ela ocupa uma cadeira no legislativo municipal, sendo que em 2012 foi a vereadora mais votada entre todos os candidatos. Atualmente sua luta é pela construção de um shopping-popular, para abrigar os ambulantes que trabalham em situações precárias na “Feirinha do Paraguai,” Praça da Bandeira e Travessa Santa Rita.




Na estética

Isis Daiana Carvalho
Isis se define como uma “empresária no ramo da beleza, mãe da pequena Ester e uma mulher de fé.” Fé em Deus, no trabalho e na vida.

Cabeleireira com especialização na Escola Politécnica Rodrigo Della Llostra, em São Paulo, Isis fez curso em aplicação de ScharsKof em Barcelona, na Espanha, no final de 2012. Tornou-se empresária há três anos e hoje emprega oito funcionárias.

No amplo salão com paredes envidraçadas, de frente para a Avenida Olívia Flores, além das revistas habituais que se encontram em qualquer salão de beleza, percebe-se ali uma pequena prateleira com CDs e livros da editora Árvore da Vida. Na tela em uma das paredes, em vez dos programas de televisão, vídeos informativos, palestras ou DVDs de música Gospel.

Assim, enquanto suas clientes cuidam da beleza exterior, podem também cuidar da beleza interior. Para quem pensa que beleza é só um conceito estético, Isis ressalta: “Quero que minhas clientes sejam belas na aparência e na alma. Essa é a minha meta.”



Na Economia Informal

Elas se orgulham de conseguir viver do seu próprio trabalho. Conheça um pouco da história de mulheres como Vera Lúcia e Márcia Menezes.


Vera Lúcia Marques na sua barraca de doces

Vera Lúcia vende doces na esquina da Praça Barão do Rio Branco há mais de 15 anos.

Ela conta que o esposo Braulino trouxe de São Paulo a receita do doce feito com pedacinhos de coco, açúcar mascavo e canela. “Com rapadura e gengibre também fica muito bom” – comenta.

Quando ficou viúva, Vera herdou o carrinho ambulante, a receita do doce, o ponto na praça e a coragem para sair do bairro Guarani às 7h da manhã, todos os dias, de segunda-feira a sábado. Ela não tem hora para voltar para casa, mas diz que se orgulha de ser independente e de trabalhar por conta própria e de fazer a sua renda.




Márcia Menezes na Praça Tancredo Neves
“Foi o desejo de conquistar a independência e expansão de horizontes que me guiaram até aqui” – declarou a professora Márcia Menezes, que hoje vende pipoca e salgadinhos na Praça Tancredo Neves.

Ela conta que ainda guarda com carinho a carteirinha da “Escola de Aplicação.” Trabalhou como voluntária naquela escola durante alguns anos, pois tinha deixado de trabalhar quando se casou. Agora que os filhos já estão criados “e encaminhados na vida” resolveu voltar a trabalhar. Então comprou o carrinho de pipoca e diz que se sente feliz em ser uma micro-empresária que paga suas contas e gera renda para a cidade.